Hoje venho compartilhar com vocês algumas angústias que tem me acompanhado por alguns anos, creio que todo mundo passa por incertezas na vida e alguns momentos de fraqueza. Confesso que por muito tempo tento correr e me esconder desses medos, afinal, nada melhor que fugir do que encará-los de frente.
Sempre escuto que somos a geração do imediatismo, onde queremos tudo pra ontem. Fizemos muitos planos que devem ser concretizados antes dos 30 anos...e se não conseguirmos, nos consideramos derrotados e sem muitas chances na vida.
Meu sonho sempre foi entrar na faculdade de arquitetura e ter uma profissão da qual poderia me orgulhar, pois bem, aqui estou eu, indo para o sexto semestre do curso tão desejado e o que estou sentindo? Medo.
Medo de quê? Medo do que me espera ou não por lá, nesse mundo desconhecido chamado futuro. Às vezes penso que mesmo me formando, nunca vou conseguir um emprego tão bom quanto eu desejo, ou que talvez tenha escolhido a profissão errada ou ainda, mesmo estudando a 2 anos e meio, não sei bem como serei uma arquiteta de verdade. Tudo lá na frente é escuro, é vazio e me faz sentir calafrios. Outra dúvida que me assombra é se realmente eu faço parte disso tudo ou se criei esse sonho na minha cabeça só para ter com que sonhar... É muito difícil de explicar esse turbilhão de dúvidas e sentimentos dentro de mim.
Me pergunto, será que eu quero mesmo passar a vida num escritório? Será que a vida é "só" isso? Estudar muito, trabalhar muito mais e depois de uma vida inteira se dedicando a isso, morrer? Talvez eu não quisesse nada disso, talvez quisesse apenas viajar o mundo, conhecer novas culturas, viver de mochilas nas costas, lavar pratos e cultivar novos amigos. Talvez nada do que eu sempre quis tenha realmente importância.
Eu amo arquitetura, pode soar contraditório com tudo que escrevi acima, mas me sinto assim nesse momento, contraditória a mim mesma, aos meus desejos e meus objetivos, estou realmente cansada de levantar todos os dias e fazer as mesmas coisas, de nadar nadar e nadar e não chegar lá, sabe? Eu sei que tudo tem seu tempo e que nós não podemos ser tão ansiosos pelo futuro promissor que imaginamos e planejamos, mas às vezes cansa, às vezes desanima, às vezes a saída mais fácil é desistir de tudo.
Tento me manter firme e pensar que é apenas uma fase, que no momento certo todas as minhas dúvidas serão respondidas e que vou rir dessa menina boba que hoje escreve aqui. Eu desejo profundamente que sim!
Mas enquanto isso, o que me resta é seguir em frente e correr para o caminho mais difícil: Não desistir e continuar a nadar.
Desculpem o desabafo, mas precisava colocar isso pra fora.
Será que mais alguém se identifica com isso? Já passou ou passa por tantas dúvidas?
Deixem seus relatos nos comentários, talvez possa me ajudar a encarar de outra forma.
Um beeijo,
Miriam Kamazaki
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