quarta-feira, 19 de abril de 2017

Reconstrução de Berlim

Olá meu povooooooooo!! Tudo em riba?

E a saga dos trabalhos acadêmicos continua... Dessa vez o trabalho é de Planejamento Urbano com o professor Elvis Vieira. Os temas sobre intervenções urbanas foram divididos entre os alunos e o nosso grupo ficou com a RECONSTRUÇÃO DE BERLIM após a 2ª Guerra Mundial.



Antes de começarmos a falar da reconstrução em si, vamos falar um poucos de alguns fatos importantes para entendermos todo o processo desde o pré guerra até os dias atuais.

#O ARQUITETO DE HITLER

Acreditem minha gente, apesar de todos os feitos malignos de Hitler, ele era amante das artes... inclusive passou a mão em várias obras durante o seu comando. E além das peças, ele também tinha um arquiteto, chamado ALBERT SPEER. 

Foi o arquiteto-chefe e ministro do Armamento do Terceiro Reich. Conhecido como "O bom nazista", ele assumiu todas as responsabilidades por seus atos cometidos durante o regime nazi nos Julgamentos de Nuremberg. Speer entrou para o Partido Nazista em 1931. Com grande talento na arquitetura, rapidamente se tornou uma das pessoas mais próximas de Hitler. O ditador designou Speer para a construção de diversas obras, incluindo a Chancelaria do Reich. Speer também fez planos para a reconstrução de Berlim, com grandes edifícios, amplas alamedas e renovação do sistema de transporte.
Como Ministro do Armamento, Speer foi responsável pela grande produtividade da Alemanha neste setor nos anos finais da 
Segunda Guerra Mundial. Em 1946, ele foi julgado em Nuremberg e sentenciado a 20 anos de prisão por sua participação no regime nazista, principalmente pelo uso de trabalho escravo nos campos de concentração. Após sair de Spandau em 1966, Speer publicou dois best-sellers autobiográficos. Speer morreu de causas naturais em 1981.

No final dos anos trinta Hitler e Speer queriam reorganizar Berlin chamado Germania projeto faraônico que se desenvolveu ao longo de uma avenida central. Fonte: Site Garcia Barba acesso em 22/02/2017

Projeto de Albert Speer inspirado no Panteon – Fonte: Site Index Grafik – Albert Speer Theorie des ruines
"O propósito do Hitler era criar efeitos temporais e testemunhas duradouros. Ele costumava dizer que, se, em poucos séculos, o império entrou em colapso, as ruínas de nossos edifícios ainda testemunham a força ea grandeza de nossa fé. Nunca lhe ocorreu que ele iria perder um tão bom quanto outro. Quando seu reinado em colapso depois de apenas alguns anos, palácios e arenas - em seus olhos a história de salários - tinha caído também. " - Albert Speer de 1978 cit. Albert Speer: Architecture 1932-1942 , p.10-

#INFOBOX



Depois de conhecermos o queridinho do Terceito Reich, vamos falar um pouco da Infobox (ou Caixa de Informações, como vocês preferirem).

O pavilhão vermelho foi projetado por Schneider und Schumacher como uma estrutura temporária para fornecer informações sobre, e uma estação de visualização para, a construção em torno de Potsdamer Platz .
Pretende-se que o edifício permaneça em vigor até 2005. A sua natureza provisória é expressa pela sua leveza visual (está a oito metros acima do solo em tubos de aço irregularmente colocados), mas também por uma exuberância que não é comumente vista em Berlim Supõe que sua cor vermelha brilhante foi aprovada porque não estará ao redor por tanto tempo.
Dentro da caixa de informações estão um número de espaços de exposição, um livro e loja de presentes, e uma série de grandes janelas que molduras vistas para o canteiro de obras na Potsdamer Platz. As exposições no interior proporcionam uma excelente orientação para a construção a ser realizada em Berlim. Por uma pequena taxa, os visitantes podem subir uma escada de tesoura para um deck de observação no telhado do edifício.

#AGORA SIM VAMOS AO CONTEXTO HISTÓRICO PARA ENTENDER:

Em 1237 é fundada Berlim no vale do Rio Spree. E em meados do século XV, os eleitores de Brandenburgo escolhem as aldeias de Kölln e de Berlim como sede do seu poder. Entre 1701-1871     acontece um grande desenvolvimento do comércio e indústria – crescimento do subúrbios exteriores. Chegando a 500mil em 1870. Com isso houve uma extensão do eixo que liga os campos de caça reais a cidade e a construção do Portal de Brandenburgo. E é nesse mesmo ano que surge a Capital da Alemanha unificada, que se mantém assim até 1945, quando a mesma perde a Segunda Guerra Mundial.
            Antes disso, em 1919, logo após a Primeira Guerra é implantada a Republica de Weimar. E em 1920 surge o Plano de unificação da Grande Berlim (Gross Berlin), que teve como propósito a unificação dos subúrbios residenciais do século XIX em torno do centro histórico. Com isso, entre os anos de 1933 e 1945 já se tem uma população de 4,5milhões de habitantes.
            No ano de 1935 começa o Plano de Hitler em Speer, para a Grande Alemanha, mas e 1945 ela é invadida e derrotada. Tendo como prejuízos 10km² arrasados por bombardeios (13% de Berlim) e cerca de 70mil edifícios sofreram avarias e 10% das construções foram totalmente devastadas.
            No mesmo ano da derrota, a Alemanha é tomada pelos países vencedores e dividida em 4 zonas de ocupação: francesa, britânica, americana e soviética - após um acordo feito na Conferencia de Potsdam. Posteriormente, em 1949, houve uma nova divisão:
- Republica Federal Alemã (Alemanha Ocidental), com a capital em Bonn, sob influencia dos Estados Unidos;
- Republica Democrática Alemã (Alemanha Oriental), com a capital em Berlim, sob influencia da União Soviética.
            O crescente clima de hostilidade por ambos os lados levou também a divisão de Berlim. Então em 1961, por iniciativa do bloco soviético, foi construído o Muro de Berlim, de um lado Berlim Ocidental (capitalista); do outro Berlim Oriental (socialista), que ficou sendo a capital da Alemanha Oriental.
            Na data de 9 de novembro de 1989, após um anuncio oficial, houve a abertura das fronteiras. Essa decisão apresentou a queda do Muro de Berlim. E em outubro de 1990, a reunificação política das duas Alemanhas era concluída. Então em 1991, o Parlamento vota o retorno da capital alemã para Berlim.
(Fonte: Trabalho de pesquisa Donária Gomes Mendes de Oliveira e Stéfanie Mayumi Maia Yokogawa)

#POTSDAMER PLATZ 
Oi? Esse nome estranho aí, é da praça central de Berlim, é um local considerado como o Eixo da cidade e que inclusive o muro passou bem no meio repartindo-a, onde metade ficou para a Berlim Ocidental e a outra metade para Berlim Oriental.
Com o término da guerra e a divisão da Alemanha, a Potsdamer Platz ficou quase completamente devastada.
Potsdamer Platz logo após a IIGM – 1946 (Fonte: dieter-alfer.de)
Os aliados dividiram a cidade de Berlim em setores e a Potsdamer Platz ficou conhecida como “esquina dos três países”, dividida entre França, Inglaterra e EUA – e por isso detentora de um grande e vivo mercado negro. Com o bloqueio de Berlim, em 1948, foi delineada uma marca de separação no chão dividindo o setor soviético dos três setores ocidentais.
Após a reunificação alemã , em 1991, a queda do primeiro trecho do muro viria a ser o local da praça ponto fundamental de interesse na dinâmica da cidade. A arquitetura colaboraria na construção de uma ideologia econômica e política. Isso se deu devido a sua importância representativa que atenderia as necessidades da imagem do estado alemão reunificado e principalmente dos empreendedores dos projetos, ou seja, de corporações multinacionais do porte das Sony, Daimler-Benz e Brown-Bovery, além da contrapartida estatal de 5 bilhões de marcos em infraestrutura.
A construção do lugar contou com a presença de muitos dos arquitetos do star system: Renzo Piano e Richard Rogers estiveram em escritórios, residências “exclusivas”, no Cassino, no Music Hall; Isozaki no Banco de Berlim, Cinemas, Hóteis; Moneo também em escritórios e no Hyatt Hotel.


Potsdamer Platz é uma das expressões mais emblemática do “novo jeito de fazer cidades” no contexto das cidades globais, um exemplo do que Otilia Arantes classifica como “micro-cidade evento”.
Os projetos construídos demonstram a permanência da oposição entre a reconstrução da historia e a projeção do futuro deslocada para a superfície da imagem. Estavam em debate e constante fricção duas “vertentes” do pensamento urbano. De um lado a exploração de um uso extensivo de torres elevadas, simbologia do progresso e do poder; de outro o seguimento de um padrão já existente buscando um resgate do histórico e com isso, um respeito ao gabarito de 22 metros, limite este que foi por fim desrespeitado.

Cine IMAX, Renzo Piano, Potsdamer Platz, Tiergarten, Cúpula, Arquitectura moderna.  Fonte: Site Framepool
 
Heatre at the Potsdamer Platz by Renzo Piano. Fonte: Site Panoramio

Edifícios de Richard Rogers e trecho do parque linear. Fonte: Framepool

A questão relativa a criação de um local como imagem acabou por transformar a PotsdamerPplatz em uma “mini-cidade”, utilizando-se da expressão de Arantes . variedade de funções, espaços construídos e símbolos criaram uma urbanidade monumental e pouco acolhedora. O que se constata atualmente , como a mesma autora ressalta, é uma grande quantidade de residências e escritórios ociosos, ocupando um local que seria um dos focos do sonho de Berlim transformada em uma cidade global. Alem disso, tem-se o fato da pequena porcentagem de 20% exigida para habitação. Em suma, o espaço público foi privatizado e controlado por grandes corporações nas quais os não-consumidores são excluídos do projeto.
Essa arquitetura denominada por Sassen como corporativa expressa o desenvolvimento tecnológico e a eficiência, ilustrando as microtecnologias do poder de valores culturais e sociais impostos pelas grandes empresas. Nesse sentido, Sassen aponta a arquitetura como algo determinante dessa forma de espacialização que apropria e restringe o espaço urbano.
Sendo assim, em vista do caráter seletivo, espetacular e descontextualizado dos projetos, as construções de Potsdamer Platz tem dificuldade em se inserir na cidade como totalidade e de contribuir com a elaboração de uma identidade berlinense a nível do cidadão comum.
A Potsdamer reconstruída pouco guarda da memória coletiva da cidade, se alinhando claramente aos propósitos de mercado em detrimento da história do lugar.

Esse trabalho foi elaborado em grupo, com minhas amigas e parceiras de faculdade <3 Gostaria de aproveitar e convidar vocês a conhecer o INSPIRARCH, um projeto nosso que hoje é uma página para compartilhar nossas experiências enquanto estudantes e no futuro se tudo der certo, será nosso escritório :)
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Equipe:
CAMILA  FERREIRA
FRANCESLY GONÇALVES
GABRIELA ALMEIDA
ISABELLE GONÇALVES
MIRIAM   KAMAZAKI
SUE ELLEN  GOMES
THAIS SANTANA




Bom, acho que é isso pessoal!
Espero que tenha ajudado :D

Miriam Kamazaki



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